ATA DO 44º FÓRUM CEARENSE DE TEATRO
DIA: 24/05/2010
HORÁRIO:19h
LOCAL: Galeria Paleta do Tota
PROPONENTE: Movimento Todo Teatro é Político
ENTIDADES REPRESENTATIVAS PRESENTES:
APTECE – Associação dos Produtores Teatrais do Ceará (Carri Costa)
ABTB – Associação Brasileira de Teatro de Bonecos – Núcleo CE (Izabel Vasconcelos)
FESTA – Federação Estadual de Teatro Amador (Jonh White)
GRUPOS PRESENTES:
Abaquar Motirô
Cambada
Cia Cearense de Molecagem
Cia do Miolo (SP)
Cia Epidemia de Teatro de Bonecos
Cia Teatro Raízes
Cia Teatral Acontece
Cia Sonhar de Artes Cênicas
Grupo Expressões Humanas
Grupo Imagens de Teatro
Grupo Pavilhão da Magnólia
Rãmlet Soul
Trupe Caba de Chegar
Teatro Máquina
Taipa Teatro de Rua
INDEPENDENTES:
Angelim
Fran Bernardino
Leir Pontes
Siomar Ziegler
Solange Teixeira
Iniciando as 19h30 o 44º Fórum Cearense de Teatro teve como pauta “CONTRA OS DESMANDOS DAS SECULT’S”, obteve 31 presentes. Após um breve relato da última reunião (dia 04) com a Secultfor abriu-se uma plenária para discussão:
BREVE RELATO DA ÚLTIMA REUNIÃO COM A SECULTFOR
- O Festival de Fortaleza será realizado exatamente como proposto pelo nosso Movimento: priorizando grupos, chamando grupos de fora para residências (e a ser escolhidos pelo Fórum), presença dos curadores dos maiores festivais do Brasil, assim como críticos de nome nacional. Em suma: um festival-vitrine, e que ao mesmo tempo desenvolva ações integradas, para além da simples apresentação de uma peça.
- O Programa de formação em teatro será realizado exatamente como proposto pelo Movimento: 6 grupos teatrais de trajetória continuada selecionados via edital irão para intercambio com 6 grupos iniciantes das 6 regionais de Fortaleza, para período de troca, convivência e aprendizado ao longo de 5 meses, gerando um resultado final em dezembro deste ano (o projeto começa junto com o Festival e terá mais dos que os recursos inicialmente previsto - de 150 mil custará quase 200 mil).
- O edital é que foi o pomo da discórdia. Parte dele atendeu às demandas do Movimento, já que irá priorizar manunteção de grupos (serão 4 grupos contemplados, cada qual com 60 mil ao longo de um ano). A discordância maior ficou com a segunda categoria (de tudo que não se encaixa como manutenção): foram destinados apenas 90 mil reais, para cobrir três projetos de 30 mil. Insistimos nesse ponto, mas o máximo que conseguimos da Secultfor foi o comprometimento que o festival e o projeto de formação não sofrerão cortes orçamentários no futuro, e que, para o próximo ano, se focará na ampliação dos recursos do edital em teatro.
- Reunião com a prefeita ficou de ser marcada em breve.
ASSUNTOS ABORDADOS NA PLENÁRIA:
- papel dos coordenadores de teatro inseridos nas secretarias
- formação de uma comissão ao invés de GT
- garantia de recursos para o festival
- clareza e democracia nos recursos investidos
- valorização dos espetáculos locais
- entendimento das secretarias para com as necessidades da classe teatral
- mídia equivocada em relação ao movimento teatral
- funcionamento e ampliação das intervenções LUIZIANNE VÀ AO TEATRO
SOBRE A SECULTFOR FICOU DECIDIDO:
Devido ao formato do edital, mesmo com a insatisfação quanto aos recursos destinados, a classe aceita o edital e sugere a formação de Comissões do Fórum que acompanharam o andamento do Festival e Formação.
COMISSÃO DE FORMAÇÃO: Siomar Ziegler, Herê Aquino, Vanéssia Gomes e Angelim.
COMISSÃO DO FESTIVAL: Thiago Arrais, Siomar Ziegler, Izabel Vasconcelos e Almeida Jr.
Dando continuidade ao fórum, segue a segunda pauta, SECULT/CE. Após explanar sobre a atual situação do Edital de Incentivo as Artes, categoria Teatro e do descumprimento da manutenção dos recursos para a categoria, uma redução de 50% do orçamento. Abre-se a plenária para discutir que atitude tomar:
ASSUNTOS ABORDADOS NA PLENÁRIA:
- papel dos coordenadores de teatro inseridos nas secretarias
- recursos que voltam para o FEC
- entendimento das secretarias para com as necessidades da classe teatral
- orçamento estadual inferior ao municipal
- organização da secretaria quanto aos protocolos e documentos dos projetos
- desburocratização dos editais, mais acessibilidade aos editais, a exemplo da FUNARTE.
Como a reunião com o secretário de cultura Sr. Auto Filho estava marcada, foi tirado em votação por unanimidade a não aceitação do edital com recursos de R$ 500.000,00 categoria teatro (50% capital e 50% inferior), mas qualquer posição só seria tomada após reunião com a secretaria.
Movimento Todo Teatro é Político.
sexta-feira, 4 de junho de 2010
VÁ AO TEATRO!

Opinião - Vá ao teatro!
Tércia Montenegro
02 Jun 2010
Ainda me espanto com o susto de alguns colegas quando constatam minha assídua frequência ao teatro – apesar de eu não ser alguém “da área”. Ora, mas não parece lógico que o teatro, como toda arte, deva atingir o público em geral? Claro que os próprios artistas devem acompanhar os processos de seus pares, com objetivo de estudo, crítica ou apoio. Mas é a grande plateia, leiga e distante das técnicas, que costuma ser o principal alvo das empreitadas estéticas. Assim, não deveria ser motivo de choque o fato de se ver um ou dois espetáculos por semana. Se uma pessoa vê idêntica quantidade de filmes no mesmo período – não sendo “da área” do cinema – não costuma ser encarada com estranheza... Por que, então, com o teatro o julgamento seria diferente?
Penso que um dos motivos ainda é o preconceito que se tem com as produções da terra. Afinal, não sobra cadeira vaga, quando uma sala traz atores globais – da mesma forma que os filmes hollywoodianos sempre são lotados. E o pior do preconceito é a prática que ele carrega, do “não vi e não gostei”: inibe-se qualquer chance de simpatia ou fruição pelo simples boicote que as verdades estabelecidas exercem.
Na contramão desse pensamento, afirmo que as piores peças que já vi foram exatamente aquelas que traziam atores consagrados na telinha. Certa vez, inclusive, à saída de um desastre dramatúrgico aplaudido de pé por quase todos (devido à famosa atriz), não me contive e comentei com a pessoa que me acompanhava: “Nossa! Foi péssimo!” Nunca esquecerei a expressão de uma moça que passava ao lado e me ouviu. Se ela tivesse encontrado na fila um E.T., seu medo não seria maior.
Para quem teve o seu primeiro alumbramento teatral vendo Flor de obsessão, com um visceral Ricardo Guilherme, o caminho tem de ser outro. Não dá para se contentar com fórmulas ou estereótipos – ainda mais quando o teatro cearense tem tanto para oferecer, em matéria de criatividade e poética. Sinto orgulho de ser contemporânea de artistas maravilhosos e poder vê-los no tempo real e vivo que o teatro eterniza na mente de quem lá esteve – e viu.
Acompanhar o repertório do grupo Bagaceira, as peças do Cabauêba ou da Comédia Cearense; ver os trabalhos do Silvero Pereira, as ótimas propostas do Carri, ou conferir em cena os roteiros do Lira... tudo isso me dá uma satisfação incomparável, e não é por bairrismo. Basta comparar a nossa qualidade teatral com alguns duvidosos espetáculos que vêm para cá, dos eixos mais festejados... Normalmente ganhamos!
Peças delicadas como O cantil, Revoar, Encantrago ou Tudo o que eu queria te dizer convivem numa cena que traz também a ousada maturidade de Abajur lilás e Rãmlet Soul, por exemplo. Mas é óbvio que aqui não conseguiria citar todos os espetáculos incríveis que já vi no teatro cearense. Tenho somente o impulso de celebrar: a cada vez que saio de um teatro com as mãos ardidas de um aplauso sincero, sinto-me feliz. E para que não digam que sou hostil ao que vem de fora, lembro minha sensação quando o Ceará recebeu Os Sertões, do Oficina, e quando, em 2009, Eugenio Barba veio ao Theatro José de Alencar. Sinto-me abençoada. É a arte que vence, apesar de tudo. Mas quem vence, acima de todos, somos nós – o público.
Tércia Montenegro - Escritora, fotógrafa e professora da Universidade Federal do Ceará
literatercia3@gmail.com
literatercia3@gmail.com
As Máscaras da Hipocrisia

Na última terça-feira, 25 de maio, em apresentação na praça José de Alencar, atores do espetáculo Rãmlet Soul foram agredidos física e moralmente, sob incitação e conivência de policiais militares (ver relato e vídeo anexos). Os policiais, desrespeitando os direitos básicos de cidadania e de expressão artística, promoveram a violência – inaceitável sob qualquer pretexto - contra o elenco da peça, sob alegações homofóbicas, e em total abuso de poder. O espetáculo, que ao longo de sua trajetória jamais encontrara problema semelhante por parte do cidadão comum (que perfaz o seu público de realidades tão diversas), viu-se surpreendido pela violência criminosa ter partido da intolerância e do desmando de um braço institucional do Estado, destinado justamente a proteger: a polícia – em total desacerto com os limites legais do seu ofício.
Defendemos que tal ocorrido, em tempos de garantias democráticas, e quando acreditamos no poder da arte para que transformações humanizantes se processem no mundo, é em tudo inadmissível. Entendemos que a agressão sofrida transcende os limites de uma peça, sendo extensiva ao teatro como um todo: este, sim, o maior agredido na dignidade de sua função. Vivemos, com toda certeza, um momento em que o poder da arte teatral se reafirma por todo o país. Um teatro que se expande, conquista novos públicos, busca a dignidade de seu oficio e de sua função pública, que vem se inserindo no centro das questões de seu tempo. É por esse motivo que fatos como o ocorrido no último dia 25 não podem ficar impunes e em silêncio.
Ratificamos, no presente documento, o nosso desagravo a qualquer forma de violência, intolerância e abuso de poder contra o teatro, um bem social por direito. Exigimos junto à Secretaria de Segurança Pública do Estado do Ceará que sejam tomadas as medidas legais no sentido da punição dos agentes policiais envolvidos nesse lamentável acontecimento.
Por um teatro respeitado em sua dignidade.
Por um teatro respeitado em sua dignidade.
Thiago Arrais
Diretor do Espetáculo Rãmlet Soul
Integrante do Movimento Todo Teatro é Político
LUIZIANNE, VÁ AO TEATRO!

MANIFESTO SOBRE O DESCASO DA PREFEITURA MUNICIPAL DE FORTALEZA COM O TEATRO
Ø Vá ao teatro para ver um movimento atuante, com dezenas de companhias teatrais engajadas, em movimento pela cidade, buscando uma arte pública, estruturada, seu reconhecimento de bem social, atividade produtiva que merece respeito e dignidade justos ao seu trabalho e sua importância.
Ø Vá porque esse mesmo teatro tem sido vítima de um descaso imperdoável, inadmissível para uma gestão que teve no discurso cultural um de seus fortes pilares, mas que encerrou 2009 sem uma ÚNICA ação para a área teatral, descumprindo mesmo as que estavam previstas em lei.
Ø Vá ao teatro para honrar o compromisso de sua prefeitura (SECULTFOR e Gabinete de Políticas Públicas) selado com a classe teatral, há quase dois meses, de que seria recebida por você para discussão de questões que são de largo interesse social - e que seguem em silêncio. Encontro que vem sendo sistematicamente protelado, em gesto de total desrespeito com uma classe trabalhadora e com o verdadeiro significado de políticas públicas.
Ø Vá ao teatro, Luizianne, pois o teatro, com toda a força de sua condição e de sua presença, irá até você.
Movimento Todo Teatro É Político.
Fortaleza, 06 de maio de 2010
domingo, 28 de fevereiro de 2010
43º FÓRUM CEARENSE DE TEATRO
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
MANIFESTO - LEI DE FOMENTO AO TEATRO CEARENSE
Prezados amigos da cultura de Fortaleza,
O Movimento Todo Teatro Político, que se faz presente nesta importante Conferência, deseja falar-lhes em nome de causas que vêm sendo pleiteadas ao longo de todo o ano, e que na verdade representam anseios históricos da classe teatral cearense.
Dezenas de companhias e todas as entidades teatrais, não somente da capital, mas de todo Estado, estão mobilizadas neste Movimento. Unidas no propósito de, finalmente, encarar o teatro como uma atividade produtiva, um bem público indispensável à sociedade.
O sentimento geral da classe teatral cearense é o de que não é mais possível que o teatro permaneça marginalizado, numa espécie de “gueto cultural”, destinado a poucos privilegiados, enquanto a cidade agoniza na miséria, na falta de reflexão, na privação do sentimento estético, do desejo de mudança e transfiguração que é tão próprio à arte teatral.
Ciente do papel público de qualquer artista, a classe teatral de Fortaleza não se basta com sua participação em nosso exíguo “corredor cultural”, entre o Centro da cidade e o Dragão do Mar. É sabido, por mais que nos constranja a todos, que mais de 90% dos fortalezenses jamais freqüentou tais salas de teatro. Parece-nos urgente, por sabermos do poder transformador da arte teatral, torná-la acessível a esse gigantesco contingente.
Para tanto, é fundamental que nosso poder político municipal reconheça o teatro como uma necessidade social, e seja parceiro de seu principal agente: a classe teatral.
Defendemos uma expansão qualificada do teatro por Fortaleza. O que significa não somente o incremento de ações teatrais pontuais pelos bairros mais populosos e carentes da cidade, mas sim o fomento de um teatro de qualidade, estruturado, que cumpra esse sentido de “ocupar” culturalmente os mais distintos quadrantes de Fortaleza.
Isto somente é possível através de medidas planejadas, que não fiquem ao sabor das gestões de governo ou de programas ocasionais em cultura, cujo alcance é momentâneo e incapaz de alterar substantivamente o panorama cultural da nossa capital. Trata-se, portanto, de algo que deve ser assegurado de modo definitivo, previsto em Lei.
Entendemos, assim, ser especial este momento em que a Conferência delibera sobre a criação de um Sistema de Fomento à Cultura, ao qual, desde já, empenhamos nosso apoio.
Todavia, o Movimento Todo Teatro É Político ingressa nessa discussão ao defender a necessidade, dentro desse âmbito, de uma Lei Complementar de Fomento ao Teatro. Esta, na realidade, tem sido a grande bandeira defendida pelo Movimento teatral, através de audiências públicas, seminários, entrevistas à imprensa e fóruns da linguagem. Seu projeto, resultante também do diálogo com ações semelhantes em todo país, já se encontra bastante amadurecido.
Sua razão maior de ser é que a natureza da Lei de Fomento ao Teatro se sustenta sob uma série de características próprias, que não se limitam ao simples exercício da linguagem teatral, mas que a encara como um fenômeno global, de atuação direta na paisagem social.
Foi deste modo que cidades como São Paulo e Porto Alegre, pensando o teatro em suas especificidades, inclusive orçamentárias, aprovaram suas respectivas Leis de Fomento ao Teatro, detonando em seus meios uma efervescência cultural sem precedentes.
Um projeto assentado na premissa de que é preciso DESCENTRALIZAR a atividade teatral, expandido-a por toda Fortaleza, através da OCUPAÇÃO, pelas companhias de teatro, de espaços públicos/privados e de equipamentos culturais. Multiplicando, assim, os espaços culturais da cidade, geridos pelas companhias de teatro. Visando sempre o benefício público, que é o da formação de platéia e formação artística, a populações inteiras que até hoje não têm acesso ao teatro.
Isto só é possível com o apoio continuado, o fomento à MANUNTENÇÃO das companhias teatrais. As quais devem ser encaradas como eixo dessa visão do teatro como atividade produtiva. Um teatro comprometido com a PESQUISA artística (portanto não mercadológico, porém profissional), que disponha de condições reais de trabalho e de subsistência. E que possa, por meio dessas estratégias de fomento, expandir, por própria conta, suas atividades, tornando-se, afinal, GRUPOS DE TEATRO EMPREENDEDORES.
Acreditamos firmemente na capacidade de transformação da cidade pelo fomento à cultura e, neste caso, à atividade teatral especificamente (de vez que ela é específica). Modelos já bem sucedidos nesse sentido só confirmam tal perspectiva.
Aberto a promover esse importante diálogo com o poder público e demais setores organizados de nossa sociedade,
Movimento Todo Teatro É Político.
Em razão da matéria "Polêmica no Edital das Artes"...
Em razão da matéria “Polêmica no Edital das Artes" (http://www.opovo.com.br/opovo/vidaearte/911462.html) na qual o Movimento Todo Teatro Político é mencionado, gostaríamos de solicitar espaço de esclarecimento sobre uma questão que é, sem dúvida, de grande importância pública. Trata-se do aumento de mais de 400% dos recursos destinados às artes cênicas cearenses no Edital das Artes 2009 da SECULT-CE, abordado, pelo jornal, sob o viés da disparidade de verbas face às demais linguagens artísticas.
É fundamental desfazer qualquer “polêmica” a respeito de uma hipotética concorrência entre essas linguagens. O foco definitivamente é outro.O montante de R$1,04 milhão destinados às artes cênicas no presente edital não se deu às custas de cortes orçamentários das outras categorias, quando comparadas com os editais anteriores. Se com as artes cênicas, entretanto, o salto quantitativo foi maior, isso se explica por um sentimento organizado da classe teatral, que, em bloco, não mais admitia os magros recursos públicos destinados à atividade teatral, assim como o modo como estes eram empregados.
Num processo em que se sucederam audiências públicas, seminários, fóruns, entrevistas, reportagens, atos públicos, manifestos, ações de todo tipo enfim, logrou-se apresentar uma proposta de Edital, feita por artistas, para a linguagem cênica à SECULT-CE. O que estava em pauta, portanto, não se resumia a valores, mas a conteúdo, um modo de construir teatro, visto na sua dimensão profissional e cidadã. Uma dimensão até então não aplicada ao teatro cearense.
A categoria Artes Cênicas deste novo Edital é fruto do diálogo maduro entre uma classe teatral mobilizada e um poder público encorajado pelo vigor de propostas reivindicatórias. Acima de qualquer polêmica, trata-se de um fato a ser festejado, uma conquista histórica do teatro cearense, agora em pé de igualdade com os investimentos públicos das maiores capitais culturais do país. Uma conquista, por conseguinte, extensiva a toda comunidade cultural do Estado, uma vez que aponta as possibilidades de uma classe artística mobilizada, seja qual for seu segmento.
Entendemos viver um processo de profundas transformações do lugar da cultura em nossa sociedade, fruto, antes de tudo, de uma consciência mais clara do papel do artista e de sua arte. E é por esse motivo que acreditamos que será natural que todas as linguagens artísticas do Ceará hão de mobilizar-se, cada vez mais, para alcançar a justa envergadura que lhes compete. Já não mais, nenhum de nós, sob a lógica tacanha de disputar migalhas na lama. Mas sim de olhar cada vez mais alto e conquistar seu lugar de direito. Estamos todos na mesma barca do desejo. E quem ganhará com essa luta é todo o Ceará, renovado por uma cultura finalmente fortalecida.
Movimento Todo Teatro É Político
Fortaleza, 23 de setembro de 2009
É fundamental desfazer qualquer “polêmica” a respeito de uma hipotética concorrência entre essas linguagens. O foco definitivamente é outro.O montante de R$1,04 milhão destinados às artes cênicas no presente edital não se deu às custas de cortes orçamentários das outras categorias, quando comparadas com os editais anteriores. Se com as artes cênicas, entretanto, o salto quantitativo foi maior, isso se explica por um sentimento organizado da classe teatral, que, em bloco, não mais admitia os magros recursos públicos destinados à atividade teatral, assim como o modo como estes eram empregados.
Num processo em que se sucederam audiências públicas, seminários, fóruns, entrevistas, reportagens, atos públicos, manifestos, ações de todo tipo enfim, logrou-se apresentar uma proposta de Edital, feita por artistas, para a linguagem cênica à SECULT-CE. O que estava em pauta, portanto, não se resumia a valores, mas a conteúdo, um modo de construir teatro, visto na sua dimensão profissional e cidadã. Uma dimensão até então não aplicada ao teatro cearense.
A categoria Artes Cênicas deste novo Edital é fruto do diálogo maduro entre uma classe teatral mobilizada e um poder público encorajado pelo vigor de propostas reivindicatórias. Acima de qualquer polêmica, trata-se de um fato a ser festejado, uma conquista histórica do teatro cearense, agora em pé de igualdade com os investimentos públicos das maiores capitais culturais do país. Uma conquista, por conseguinte, extensiva a toda comunidade cultural do Estado, uma vez que aponta as possibilidades de uma classe artística mobilizada, seja qual for seu segmento.
Entendemos viver um processo de profundas transformações do lugar da cultura em nossa sociedade, fruto, antes de tudo, de uma consciência mais clara do papel do artista e de sua arte. E é por esse motivo que acreditamos que será natural que todas as linguagens artísticas do Ceará hão de mobilizar-se, cada vez mais, para alcançar a justa envergadura que lhes compete. Já não mais, nenhum de nós, sob a lógica tacanha de disputar migalhas na lama. Mas sim de olhar cada vez mais alto e conquistar seu lugar de direito. Estamos todos na mesma barca do desejo. E quem ganhará com essa luta é todo o Ceará, renovado por uma cultura finalmente fortalecida.
Movimento Todo Teatro É Político
Fortaleza, 23 de setembro de 2009
Polêmica no Edital das Artes - Jornal O Povo (22.09.2009)

Políticas Públicas
Em 2008, a Secretaria de Cultura do Estado (Secult), através do Edital das Artes, investiu R$ 1,5 milhão no fomento da música, literatura, artes visuais e artes cênicas. Este ano, o aporte mais que dobrou: passou para R$ 3,2 milhões, que vão contemplar projetos nessas mesmas áreas. Além desse valor, mais R$ 3 milhões foram investidos somente em audiovisual, em edital já encerrado. O recurso é o maior já disponibilizado, mas vem despertando polêmica. Do total da verba, R$ 712 mil são destinados à literatura, R$ 400 mil, à música e R$ 1,54 milhão, às artes cênicas.
``A Secult foi feliz no aumento do orçamento, mas alguns pontos precisam ser comentados. Primeiro que eles lançaram um edital sem ter pago os contemplados do ano passado. Depois que alguns valores de itens específicos diminuíram e não atendem bem ao que é necessário. Por exemplo, R$ 10 mil para circulação no Estado é pouco. Sobre a diferença de valores, acho que é natural até certo ponto. Cinema é uma área que tem projetos muito mais caros e tem que ter, sim, essas diferenças, mas a disparidade é muito grande``, comenta Thaís Andrade, produtora cultural e representante da Rede Ceará de Música.
Mas a maior discussão está concentrada mesmo é nas artes cênicas. Do R$ 1,54 milhão, R$ 1,04 milhão estão direcionados ao teatro, enquanto a dança dispõe de R$ 300 mil, e o circo, de R$ 200 mil. Para a bailarina Cláudia Pires, o abismo entre os valores foi uma surpresa negativa: ``A maneira como o Governo lida com as linguagens de formas diferentes é uma demonstração de desrespeito. Há tempos que tentamos audiências com o secretário para discutir políticas de formação e fomento à produção na nossa área, sempre participamos das bancas para sugerir melhorias para os próximos editais, mas nunca somos atendidos``, diz.
O ator circense Cláudio Ivo também considera a disparidade de aporte uma forma de desrespeito à classe. ``É uma questão de igualdade, de as artes serem tratadas com o mesmo valor. Acaba ficando uma coisa meio discriminatória: existe o teatro, existe a dança, que é uma arte menor, e existe o circo, que é menor ainda``, opina. Cláudio lembra que, por uma luta da classe, que criou uma associação (Associação dos Proprietários, Escolas e Artistas de Circo do Ceará), o circo foi incluído como categoria de artes cênicas no Edital das Artes. ``Mas, mesmo assim, ainda precisa ser mais valorizado``, defende.
Com a maior verba do edital, o teatro só tem a comemorar. Herê Aquino, do movimento Todo Teatro é Político, afirma que o aumento do aporte este ano foi fruto de mobilização. ``O edital foi conquista nossa, todo elaborado pela classe. Ficamos superfelizes com a sensibilidade da Secult de ter atendido a maioria das reivindicações. Foram 400% de aumento, conquistado à base de diálogo com o secretário. Fomos juntos porque sozinho ninguém faz nada, e mostramos que os valores do edital estavam defasados há muitos anos``, conta.
E MAIS - Sobre o imbróglio, a Secult argumenta que, no ano passado, algumas categorias tiveram sobras nos orçamentos. As artes cênicas tiveram aporte em torno de R$ 200 mil por categoria. No circo, foram R$ 25 mil residuais e na dança, R$ 6.443. No teatro, não houve sobra.
- Procurado pela reportagem, o secretário Auto Filho não pode comentar diretamente a questão por compromissos de agenda.
Alinne Rodrigues
I FÓRUM GERAL DAS LINGUAGENS - 29.09.2009

Aos vinte e nove de setembro de dois mil e nove às dezenove horas e quinze minutos estiveram presentes, junto a outros colegas, no Teatro Morro do Ouro, anexo do Theatro José de Alencar, situado em Fortaleza/CE, Uiara Santana representando a Associação dos Proprietários, Artistas e Escolas de Circo do Ceará, Jader Soares representando o Fórum de Humor, Ana Célia representante do Movimento do Artesanato Consciente, Thaís Andrade representando a Música, Aspásia Mariana e Valéria Pinheiro representando o Fórum de Dança, Siomar Ziegler representando o Movimento Todo Teatro é Político, Clerton Martins representando a Comissão Cearense de Folclore, Mileide Flores representando o Fórum de Literatura, Duarte Dias representando a Associação Cearense de Cinema e Vídeo. Gyl Giffony abre o evento falando das propostas do fórum e sobre a importância de conhecer e reconhecer as demandas de cada linguagem. Cada representante teve 10 minutos para explanar sobre o tema respondendo os questionamentos: Como se encontra a articulação de artistas em Fortaleza; O relacionamento com o poder público e suas principais pendências. Siomar destaca dois pontos importantes para a pauta: o VI Edital das Artes da Secretaria de Cultura do Estado do Ceará e SECULTFOR
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